Meu “arigatô” ao mestre Okubo

A gente é um pouco de cada pessoa que se torna importante em nossa vida. Algumas nós escolhemos, outras é o destino que coloca no nosso caminho. Por sorte, tive a honra e a alegria de encontrar na minha jornada o joalheiro e o homem Julio Okubo.

Quando me vi diante da vida precisando lutar por ela, fui generosamente acolhido na empresa criada por esse simpático japonês, uma figura generosa e sábia. Sempre tive um sentimento de reverência pelo seu Julio porque reconheci nele um grande mestre, alguém que dominava a arte de fazer joias, que inspira confiança, calma e amizade.

Indiretamente ele acabou me dando o maior presente que já recebi na vida: as ferramentas necessárias para que eu encontrasse a minha verdadeira vocação nesse mundo, o ofício que me realiza e me faz feliz. Seu exemplo rendeu lições importantes e me incentivou a ter a coragem e a bravura de andar com minhas próprias pernas no caminho que pude vislumbrar através da sua paixão pelo ofício.

Com o mestre joalheiro aprendi a amar a arte da joalheria, a reconhecer a beleza de uma joia, a delicadeza de uma pérola e o brilho verdadeiro dos diamantes. Com o homem Okubo compreendi que é preciso paciência para desenvolver um trabalho de qualidade, persistência para fazer sempre o seu melhor e humildade para não se perder nesse caminho de glamour e sonhos.

Nessa semana o mestre partiu aos 93 anos. Deixou família, funcionários e clientes que o amavam, respeitavam e admiravam. Deixou para sempre a sua marca no mundo da joalheria, Julio Okubo, como referência em joias de qualidade inquestionável. Para mim deixou também saudades e o sentimento eterno de gratidão.

Ao mestre, com carinho, o meu “Arigatô”. Vá em paz e ilumine com o seu brilho esse céu que nos protege!

Miguel Alcade

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