Para minha eterna Pity

Hoje eu quero falar de amor! Aquele sentimento nobre e puro que todos nós desejamos um dia conquistar… Um amor incondicional, sem cobranças ou interesses… Um amor sincero, não idealizado, mas daquele que surge da convivência, dos pequenos gestos do cotidiano, de maneira sutil, mas intensa e muito verdadeira.

Eu quero falar de amor porque, afinal, quem de nós não almeja ser amado por aquilo que verdadeiramente somos, pela nossa real essência, e não por aquilo que temos ou fazemos. Muitos podem nos amar pelo que podemos oferecer a eles em forma de presentes e privilégios. Outros tantos amam nos ter por perto para que possam tirar algum tipo de proveito ou meramente para satisfazer seus egos e vaidades. Mas poucos e raros são aqueles cuja alma fica feliz simplesmente por compartilharem da nossa existência.

Eu tive a sorte de conhecer um amor assim puro e despretensioso. Um amor verdadeiro baseado nas alegrias simples do cotidiano, daquela felicidade que não precisa de motivo pra ser sentida. Simplesmente existe porque a gente sabe que compartilha um sentimento nobre e puro. Estou falando da minha Pity, minha eterna companheira, que depois de 15 anos de convivência desencarnou para um outro plano.

Pity era minha gata, minha magrela, minha companheira fiel e muito, muito, muito amada. Ao seu lado, vivi quinze anos de afeto, brincadeiras e momentos preciosos de paz e tranquilidade. Ela era dona de uma fidelidade quase “canina”!  Eu, que nunca tinha tido um gato, a criei como um cachorro. A ensinei a brincar de bola, e brincamos muito, ensinei a ficar sentadinha fazendo “nada”, apenas companhia, e passamos horas e horas assim, sendo um a companhia do outro, e até a ensinei a ser gentil com as visitas. E acredite: ela era!

Conheci a Pity por acaso, quando estava saindo para trabalhar e fiquei a espera da um taxi, logo na entrada do meu prédio. Vi o zelador chutando uma gatinha miúda, que tinha acabado de ser atropelada. Fiquei comovido e indignado. Como ele podia fazer isso com o bichinho? Ele me respondeu: mas quem vai querer cuidar desse animal? Só havia uma resposta: eu! Coloquei a Ptiy numa caixa de sapatos e fui direto para a clínica de um veterinário amigo meu. Durante um mês ela ficou internada, se recuperando, e durante todos esses dias eu fui lá visita-la. Depois, por 15 dias, ficou na fila aguardando ser adotada.

Como ninguém apareceu, eu a levei para casa, mas a intenção era que algum amigo ficasse com ela, pois eu já tinha uma cadela, a Diana. No final, ela acabou ficando comigo, fomos nos aproximando e criando um vínculo que se tornou uma tão ligação forte que acredito tenha sido uma ligação espiritual, quem pode dizer que não? Alguns podem considerar isso um exagero, afinal Pity era “apenas” uma gata. Mas para mim, será sempre uma companheira amada, uma guardiã fiel, uma amiga que fez minha vida muito mais feliz. Para você, minha magrela, meu carinho e eterna gratidão. Saudades eternas!

Beijo, beijo!

Miguel Alcade

 

2 Replies to “Para minha eterna Pity”

  1. Nossa magrelinha está no colo de outro Papai agora, mas tão carinhoso e atencioso quanto você foi com ela. Esteja em paz, pequena Pity, nós te amamos ♥

  2. Passei por aqui para pesquisar sobre tiaras e sapatos para a minha filha, e sua estória de puro amor com sua gata Pity me emocionou muito… sim, acredito em elos espirituais entre humanos e animais. Eu já tive algumas experiências como essa que você sente. Meus sinceros sentimentos!

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